O presente texto, o recorte de uma dissertação de mestrado visa a analisar uma prática decolonial de literatura, como uma arte engajada, humanizadora, libertadora e de transformação com e para discentes com deficiência visual do Instituto Benjamin Constant (IBC). Cabe salientar as contribuições do pensamento e da prática de Paulo Freire, que assenta uma pedagogia latino-americana integrada, curiosa e questionadora. Para isso, com a esperança crítica revisitamos espaços da leitura da palavra e do mundo e realizamos uma sensibilização de criação literária ao ar livre, além da sala de aula tradicional, à sombra das mangueiras, na área externa do IBC. E nesse panorama, os alunos se comprometeram ativamente, como protagonistas, na autoria de sua própria produção literária, com o envolvimento na temática, estilo e lugar de fala e na validação da acessibilidade do material, um livro em multiformato. Logo, o conteúdo foi disponibilizado em braille, fonte ampliada, Libras, audiolivro, com audiodescrição das imagens e colaborou para que os alunos pudessem escolher o formato e desfrutassem da obra literária, com autonomia e independência. No que se refere a educação inclusiva, tal metodologia deve ser compartilhada com afeto, diálogo e motivação, para ser efetivada de maneira digna e respeitosa, e ao assumir o direito sobre ela, na e pela literatura, como um sonho acordado, encarnado de justiça, devemos valorizar o apoderamento crítico dos sujeitos, como uma experiencia de pertencimento, que opera com significados de formação política, celebre a diversidade e o desenvolvimento cultural de todos os indivíduos, com equidade.
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EDITORA PHILLOS ACADEMY
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